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sexta-feira, janeiro 27, 2006
Este excerto que se segue foi retirado da canção "Promise me", da Beverly Craven e, tendo eu ouvido esta canção hoje logo pela manhã, antes de chegar ao trabalho, e, novamente, ao chegar do almoço, fiquei a matutar na letra até agora....
"You look like you're in another world
but I can read your mind
how can you be so far away
lying by my side"
Eu sei que não sou a única mulher a pensar assim, creio até ser inato à condição feminina, mas, para perceberem melhor o que se passou comigo na 2ª feira, vou tentar partir deste verso, para expor o que me vai na alma.
Creio ser ponto assente que nós as mulheres, de vez em quando, ficamos assim, carentes, chorosas, tristes e sedentas de mimo, sem os nossos companheiros perceberem bem porquê. A verdade é que, na maioria das vezes, nós também não! Ficamos à espera que vocês nos tratem com muito carinho, que nos encham de mimo e nos levantem o astral com elogios, porque nos sentimos deprimidas e só nos apetece chorar... sem razão aparente... O que se passa é que a maioria dos homens riem-se da situação e chegam até a ficar chateados, tipo: " Olha queres-me ver tu o que me havia agora de calhar!... Que raio é que tu tens?", quando eles só querem ficar caladinhos, sossegadinhos no seu cantinho, sem chatices, a ver Tv descansados, que, pelo menos essa, só muda de canal se carregarem no comando...
As causas que nos provocam esses estados de depressão (duros, acreditem) podem ser as mais variadas:
- Trabalho em excesso e horários trocados
- Filhos
- Saúde
- Problemas na vida pessoal ou profissional
- Discussões
e muitas outras, mas, de momento, só menciono aquelas que já me afectaram a mim.
Os homens, regra geral, não gostam de conversar. Gostam de, como diz o verso atrás transcrito, ficar fechados no seu mundo, connosco ali a seu lado, completamente igoradas... Nesses momentos, a cabeça da mulher não pára de avançar possibilidades para o vosso silêncio: "O que será que eu fiz?", " O que é que ele tem?", " Será que disse algo que não devia?", "Será que não disse algo que devia?", etc... e começamos a lançar indirectas, ou a pedir-lhe atenção, para ver se ele nos abraça, forte, forte, como nós gostamos... e... nada! Lá está a estúpida TV!
Muitas vezes, pelo menos eu, só penso:"F...-se! Em vez de estarmos aqui enfiados podíamos ir dar um passeio à beira mar", ou à beira rio, ou ir dar uma queca maravilhosa no carro, num sítio qualquer... ou ir pescar... ou ir beber um copo, só nós os dois, num sítio giro... ou, simplesmente, ficarmos ali sossegadinhos, os dois, sim, mas a conversar...
Aqui entra a questão do diálogo! Será que os homens sabem o que vai MESMO na cabeça das mulheres? Pensarão eles que a vida se desenrola dia a dia, sem falarem sobre o essencial e sobre o acessório também, já agora?
O sexo pode ser excelente, muito gratificante, mas há outras coisas que um casal deve uniformizar para que uma relação resulte e, aí, entra a minha velha máxima: "Não há nada como uma boa conversa!"
E isto aplica-se a tudo. Sem diálogo, nada feito... Num casal não podem existir dois mundos. Tem que existir um só mundo construído por ambos, com projectos, palnos e esquemas traçados a dois, permitindo sempre que o outro mantenha sempre um espaço próprio, seu, mas que não deixe o outro sentir-se abandonado.
Eu sei que posso estar a alongar-me demasiado no assunto, mas como nem só de sexo vivo eu, nem vocês, quis aqui desabafar um pouco e, assim, também já perceberão porque é que eu estava down, na passada 2ª feira...
Também como dizem os Guns'n´Roses, em "November Rain":
Do you need some time...on your own
Do you need some time...all alone
Everybody needs some time...on their own
Don't you know you need some time...all alone
Eu também gosto de tre momentos para mim só, fazem-me bem esses momentos de introspecção, de análise, de reflexão, mas Nunca o faço quando estou com ele. Aproveito quando vou a conduzir, quando estou no trabalho em horas mais mortas, quando estou a tomar banho... sei lá, tenhos os meus momentos só para mim, mas quando ele está por perto... quero aproveitar! Porque, se eu morrer amanhã, saberei que amei totalmente, que não falhei!
E isto também se aplica aos meus filhos e restante família!
Bom fim de semana e desculpem o testamento!
6 comentários:
O que descreves aplica-se não somente às mulheres. Eu direi que elas é que não têm problemas em afirmá-lo (ou em dá-lo a saber) e os homens poderão ter desses pruridos.
Eu, por vezes, sinto-me tal qual como descreves. Sensibilidades...
Am I a woman? :>D
Beijinho.
Olá amiga, concordo contigo, nós mulheres temos mais necessidade de receber carinho e até de o partilhar. Acredito, como j disseram, que os homens por vezes tb sintam essa carência, o certo é q não o demonstram e o facto de não o fazerem faz-nos sentir sozinhas nessa sensibilidade.
CV.S
Por estranho que te possa parecer, pertence eu "ao inimigo", queixo-me mais ou mneos do mesmo: as mulheres acham que temos de adivinhar o que lhes vai na cabeça, os momentos juntos são para "fazer alguma coisa" e não apenas para estar enroscadinhos, "sair" tem de ser com uma turba de amigos, "falar" varia entre as compras e os horários, parecendo os estados de alma um assunto tabu, e o seu conceito de uma "vivência conjunta" é fazem a sua vidinha por sua conta - menos do que isso é interferência na liberdade - e encontrarmo-nos de vem em quando...
Estranho mundo este, não?
Falta de comunicação?
Divergência de maneiras de estar ou de objectivos na vida?
Enfim!...
Rgds
laerciothecrow@hotmail.com
PARA ELE: Não há nada neste mundo que nos faça sentir tão bem como uma mulher que goste de nós. Uma mulher é uma alegria para todos os sentidos, dá sentido á vida, faz-nos sentir alguem e Reis do Mundo em certas alturas.
Mas o "problema" é que essas mulheres são raras. Tão raras que normalmente só encontramos uma de cada vez. Ás vezes só uma, em toda a nossa vida.
Por isso temos de ter cuidado com elas. Não tanto por causa dos outros gajos, que se ela estiver bem connosco não procura mais ninguem; mas por causa dela própria.
Temos de fazer um esforço (Eu sei que é um esforço, ás vezes!) para as ouvir quando estamos a ver alguma coisa interessante na TV e ela anda pelos cantos.
Temos de todos os dias lhes dizer que são/estão bonitas (A gente sabe que elas são, mas mesmo assim temos de repetir todo o santo dia)
Não podemos fazer pouco das crises existenciais dela (mesmo se nos parecerem ridiculas) e se não soubermos o que dizer damos-lhe um abraço daqueles fortes e ficamos ali agarradinhos.
Tambem temos de inventar coisas para elas. Um mail inesperado, um convite para jantar fora(como quando namoravam...) um ramo de flores enviado para o escritório, ou um fim de semana (ou mesmo uma noite) num sitio diferente.
Mas principalmente temos de falar com elas sem ser acerca de coisas tecnicas (horários, quem faz o jantar, quem vai buscar os miudos...)
Tem de ser!
Muitas vezes também já senti essa tristeza inexplicavel. Acho que faz parte de nós, talvez mesmo de toda a gente e não apenas das mulheres. Mas enquanto algumas pessoas preferem ficar sozinhas até isso passar, outras preferem conversar com alguém. Ambos têm de tentar compreender o outro. Ele tem de olhar para ti e ver que precisas de conversar ás vezes, quando estás assim triste. E tu tens de compreender que por vezes ele isola-se porque precisa, se calhar até inconscientemente. Não porque esteja chateado ou porque tu tenhas dito alguma coisa errada. E nessas alturas, experimenta ficar abraçada a ele a ver um bocadinho de televisão. Tal como tu ás vezes precisas de falar, ele pode precisar desse bocadinho de silêncio.
Acho que ele tem de ver e perceber quando é que precisas de atenção, de conversar... e tu tens de ver quando ele é que ele precisa de estar sozinho, sossegado no seu canto...
PALEGOLDSNAKE: Se funciona em ambos os sentidos, eu nunca vi, acreditas? Porque eu demonstro sempre quando não estou bem. Acho fundamental o diiálogo. Há muito tempo para a introspectiva...
Beijocas!
FZ: Não... mostras ser muito homem, só que és mais sensível que outros...
Beijos!
VIKING: Disso também tenho a certeza, porque, se ele me fosse indiferente, nem me afectava coisa nenhuma!!!
bEIJOS!
Rui e Vanessa: Só as mulheres percebem as mulheres? Não!!! Nós somos muito complexas! é bom saber que não estamos sozinhas... Beijos!!!
vandergraff: se calhar reside aí mesmo a diferença: nos objectivos e formas de ser e de estar. Mas, num casal, tem que existir objectivos em comum.... Beijos!
Inconfidente: Exactamente. Eu tenho os meus momentos, só que estes não se cruzam com os que partilho com ele. Com ele há coisas melhores, para fazer!BEIJOS!
ZUCO: Sem palavras, Amigo! BEIJOS!
NINFA: TU TAMBÉM TENS RAZÃO... Há que fazer concessões que visem o bem estar de ambos!!! BEIJOS!
PERSONALIDADE DESMOTIVANTE: QUE RAIO DE NOME É ESTE! dESMOTIVANTE tu?!!! LOL, não me faças rir!
beijos!
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