É tão fácil sermos um só, não é Felino?
Olhas-me de soslaio quando regresso da casa de banho, após ter tomado o meu banho aromático. Eu sei que te provoco assim. Tu adoras chocolate, ainda mais que eu, não é Felino?
Não é por acaso que recebeste há dias uma declaração de amor escrita em chocolate, não é homem lindo?
Inspiras o meu odor quando me deito ao teu lado e abraças-me ternamente.
Até poderia ser uma cena de amor puramente platónico, retirada de um qualquer filme extra-romântico, não fosse a erecção louca que me tocou a pele, anunciando o tesão que sentes por mim.
Eu não sou convencida, Felino. Não sou, pois sei que retribuis esta loucura que é o amor que sinto por ti. E pergunto-me qual é, de facto, o nosso segredo. Porque me fazes amar-te cada vez mais? E porque essa erecção foi tão instintiva, como se me cheirasses pela primeira vez? E porque deslizei eu pelo lençol para te saborear a ti, meu chocolate humano, com este prazer indescritível?
Eu Não sei. Só sei que Sim, sou cada vez mais tua e tua serei...
Felino, nem imaginas o quão bom é fazer-te palpitar por entre os meus lábios, aconchegado pela minha língua que te envolve, duro, imenso, inte(n)so... MEU! A brincar com os teus sentidos, abraçando-te as nádegas com as minhas mãos, aspirando o teu odor, com a tua química tão própria, tão perfeita para mim... E a minha boca num vaivém meloso, apertando-te, lambendo-te, chupando-te, como se fosses a última colherada de gelado no fundo da taça...
Hummmm... és bom, Felino! És tão bom!
Enquanto me perco na tua pélvis, puxas-me os cabelos como sabes que gosto. Assim, fazes-me sentir dominada e tenho o benefício de o cabelo não se misturar com o prazer de te degustar... Aproveitas o meu cabelo livre e puxas-me para ti, que te beijo sofregamente, partilhando contigo o sabor do teu sexo. Levo os dedos à minha ratinha encharcada e dou-tos a provar também.
Os sabores partilhados valem mais, não concordas? Somos nós: um só! Com os anos a passar, até os cheiros, os sabores e os gestos se confundem.
Dás-me a entender que queres afundar o teu rosto no meio das minhas coxas mas eu sou mais rápida. Pulo para cima de ti e faço-te sofrer com a expectativa. Nem te deixo lamberes-me, nem te deixo penetrar-me. Não. Temos tempo. Temos todo o tempo. O tempo é nosso, não reparaste ainda como o tempo parou?
E somos um só!
Deixo-te tocar-me com uma mão, enquanto a outra procura o meu rabinho.
Abandono-me a ti e desisto de tentar ser mais forte que tu. Tens esta batalha quase ganha, já que eu estou em ponto de rebuçado forrado a chocolate. Acaricias-me com ambas as mãos e eu venho-me como uma loba descontrolada. Para me abafares os gritos beijas-me com afinco, mas, mesmo assim, sei que corremos o risco de a vizinhança acordar. Lambes-me os mamilos enrijecidos pelo forte orgasmo e respeitas o meu descontrolo, abraçando-me e puxando-me para ti.
Eu recupero com os teus beijos e permito-te a entrada em mim, acariciando-te o pau duro e molhado que serpenteia na minha mão.
Como estou muito molhada, a entrada é facilitada e o movimento de vaivém é natural, lento, doce, boooom....
Subo para cima de ti e seguro-me com os pés bem firmes no colchão, enquanto te agarro pelos ombros. As tuas mãos agarram-me as nádegas com força, ajudando-me na louca cavalgada que enceto.
Subo e desço, subo e desço, subo e desço e o teu pénis reluz de prazer, ao penetrar-me a carne sedenta de luxúria.
Olho-te nos olhos e, por longos minutos, os nossos pensamentos apagam-se, apenas restando os nossos corpos físicos prestes a explodir de tesão.
Quando sinto a explosão próxima, vejo como sorris e te deixas levar até me veres descontrolar novamente. Aí, ah Felino, aí tu perdeste comigo. E sentes as minhas contracções a envolverem-te, a sugarem-te até te sentir vires-te, para mim, dentro de mim, também...
Adormeço deitada por cima de ti e rescuscito alguns minutos depois, quando o suor e o calor nos incomodaram.
Beijas-me com carinho, "descolo-me" de ti e abraças-me.
Hummm... Um só!